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  • Foto do escritorCarolina Freitas

A vida sexual após a maternidade

A rotina mudou. O casal virou família. O corpo da mulher é outro. Mudança de prioridades. Mudança de valores. Pagando muito a língua. Ansiedade, insegurança, cansaço físico e mental.


Com tudo isso é possível ter vida sexual após a maternidade?


Sim! É possível. A retomada da vida sexual é necessária e saudável.


Ok, virar mãe é dar de cara com a realidade! E, tomar posse do papel materno é uma nova maneira de ser e estar no mundo, com novas prioridades e novos valores.



E por que não nova vida sexual?

Lembre-se, ter um(a) filho(a) é a concretização de um projeto de vida do casal.


Então, é importante este casal se reinventar, já que a chegada de uma criança provoca profundas mudanças no núcleo familiar e modifica também o casal.


Se o equilíbrio é modificado ele deve então ser refeito. Por que mesmo vocês estão juntos?


Sim, é um momento diferente para você e para o seu marido. Então vamos entender o que acontece para que vocês consigam:

  • Conciliar os papéis de pai e mãe, amantes, marido e mulher, profissionais

  • Entender a oscilação do desejo sexual

  • Saber como se reaproximar emocionalmente e sexualmente

Já te adianto que as mulheres que lidam melhor com a própria sexualidade antes de virarem mães vão vivenciar de forma mais positiva as mudanças com a maternidade.


E, sim, muitas mulheres têm desejo sexual e vida sexual na gravidez, no pós-parto e na amamentação.


Vamos então verificar as mudanças que podem ocorrer em cada ciclo desta mulher que virou mãe.


As mudanças durante a gravidez


As modificações emocionais e físicas começam na gravidez, não só na mulher, mas no casal grávido. Na mulher com muito mais intensidade, claro.


Começam aqui as incertezas e as angústias junto das alegrias e expectativas.


Porém, a gravidez altera o padrão de relacionamento sexual. Tem algumas mulheres que se sentem desejáveis e outras que não se sentem desejáveis.


Veja que não existe uma regra, uma única forma de ser gestante. Cada mulher lidará com a sua realidade e as suas fantasias.


E há ainda casais que têm restrições médicas. Estes realmente terão de esperar a gravidez passar. Porém, não precisam mudar a intimidade sexual.


Ou seja, não podem ter sexo, ter penetração, mas podem ter toque, carinho, companheirismo, beijos, abraços…


Como a gravidez afeta a sexualidade do casal?


Na frequência sexual, nos desejos sexuais e nos orgasmos. Muitas pessoas acreditam que podem apenas diminuir, mas não, podem também aumentar.


Contrário ao que se pensa, muitas vezes a ausência de sexo na gestação ocorre pela não disponibilidade do homem.


Alguns homens se afastam sexualmente da mulher grávida devido às dificuldades em lidar com a mulher/mãe.


Alguns acreditam ser desrespeito à criança e à mãe e tem ainda o medo de machucar o bebê.


Saiba que o pênis não alcança o bebê. E o prazer sentido pela mulher passa também a sensação de bem-estar para o bebê.


Entenda, o bebê não sente prazer sexual, sente o relaxamento sentido pela mãe.


Na mulher, o desejo pode sim aumentar. O medo de engravidar, que ronda a cabeça das mulheres na entrega sexual não é agora um problema.


E com o corpo tomando novas formas, sentem-se mais desejáveis.


Então muitas se entregam ao prazer. Há ainda a sensibilidade na região genital, que pode proporcionar orgasmos mais intensos.


As mudanças após o parto


O parto vai desencadear as mudanças subjetivas e interpessoais. Vai transformar a filha em mãe.


Vai modificar a imagem corporal desta nova mulher. Vai ainda re-significar a sexualidade e a maternidade.


Partos bem vividos, sejam eles normais ou cesárias, ajudam a mulher nesta passagem, no reconhecimento do novo corpo e da nova história de vida.


E quanto tempo depois do parto minha barriga volta ao normal?


As alterações corporais vividas no pós-parto interferem na sexualidade. É para além do emagrecer. É o estranhamento do novo corpo.


O corpo demora a voltar e saiba, ele não será o mesmo de antes. Agora o seu corpo tem uma nova história de vida para contar. E, pode sim ter marcas.


A insatisfação com o corpo novo, com as modificações interfere na relação com o marido, na entrega sexual.


O ter de esconder o corpo e ser no escuro, relatado por inúmeras mulheres no consultório, dificulta a entrega, o envolvimento e com isso o prazer sexual.


As cirurgias plásticas e os tratamentos dermatológicos são super bem-vindos. Mas, se você não mudar sua forma de viver sua nova história, o corpo novo, modelado e sem manchas também não terá a função sexual de prazer.


E como fica a sexualidade da mulher no pós-parto?


As alterações emocionais também interferem na sexualidade da mulher. É preciso retomar a autoconfiança. É preciso (re)conhecer o novo corpo e os novos prazeres.


Algumas mulheres apresentam dificuldades em lidar com o novo corpo e em seduzir e permitir ser seduzida.


Enquanto outras elevam sua autoestima e poder de sedução, justamente por ter um corpo apto a procriar e alimentar uma criança. As mamas grandes e cheias se tornam armas de sedução.


Você, mulher, que tem dificuldades, já parou para pensar nisto? Ter um novo olhar sobre o seu momento atual?


Se você tiver dificuldade em retomar a vida sexual normalmente, fale com um especialista, que irá lhe ajudar.


É normal ter desejo sexual amamentando?


Sensações sexuais acontecem na amamentação. O sugar do bebê pode sim trazer sensações eróticas.


Peito é zona erógena, ou seja, capaz de gerar prazer sexual. Mas entenda, o prazer é pelo estímulo e não desejo sexual pelo bebê.


Muitas mulheres sofrem com estes conflitos.


O que você pode fazer?


Aproveitar o estímulo causado pela amamentação, que te trouxe desejo sexual e desfrutar o momento com seu marido.


Afinal, além de mãe você também é mulher.


E é normal não ter desejo sexual na amamentação?


Nas mulheres que estão amamentando acontece a queda do estrogênio (responsável pelo desejo sexual) e aumento da prolactina (inibe o desejo e interfere na lubrificação vaginal).


Logo, ambos são hormônios que causam interferência na vida sexual: sem desejo e sem lubrificação.


Então a culpa é dos hormônios?


Sim e não! A interferência hormonal acontece, mas não determina. Com a ajuda de lubrificantes e com a estimulação correta, sua vida sexual pode sim ser prazerosa nesta fase da vida. Desde que vocês queiram.


E o resguardo? Quando deve ser o reinício?


O retorno à atividade sexual depende de alguns fatores como o tipo de parto e cicatrização. Siga as orientações médicas.


E os 40 dias, a quarentena, não é regra? Tendo a liberação médica, pode retomar a qualquer tempo, desde que se sintam à vontade. Vai depender de cada casal, não existe uma regra.


Para o retorno à vida sexual é importante ter em mente: Por que estamos juntos? Qual o significado do sexo agora? Como vai ser voltar a fazer sexo?


Logo, re-significar o sexo e o vínculo do casal. Para tanto é preciso diálogo! A comunicação é fundamental.


Lembre-se do planejamento familiar. Como um dos medos é engravidar novamente decidam como será também o retorno à anticoncepção. Qual método irão usar agora?


Atenção! A camisinha só vale se vocês forem usar em todas as relações. O ciclo ainda está irregular.


3 fatores que interferem na retomada da vida sexual da mulher após a maternidade


1) A dor e o medo de ter dor

Muitas mulheres têm o medo de ser novamente penetrada. E, se não recebe estímulos suficientes dói mesmo.


Preste atenção aos sinais do seu corpo e conte ao seu marido pelo que está passando. Vocês podem ter bons momentos juntos sem a penetração.


Lembre-se sexo não se resume à penetração!


Importante: Algumas passam por dores decorrentes do parto. Sejam os pontos da cesária ou a episiotomia, por exemplo.


Saiba que a episiotomia é um pequeno corte feito no períneo, região muscular entre o ânus e a entrada da vagina. Se você teve de fazê-lo terá sim de tomar cuidado no retorno à vida sexual.


Espere cicatrizar, pois antes de cicatrizar além da diminuição da lubrificação vaginal, dificulta os movimentos da musculatura vaginal.


2) O medo de engravidar novamente é outro fator

Muitas mulheres temem passar pelo parto e puerpério novamente. E algumas ainda relatam não querer passar pela rejeição do marido e ao marido tão cedo.


Um bom planejamento familiar pode ajudar na redução deste medo.


3) Medo do bebê acordar

A rotina da casa mudou. O ambiente que antes era do casal apenas (no caso do primeiro filho) ou um ambiente que já estava equilibrado com o número de pessoas da família mudou.


No primeiro momento é sim necessária dedicação e atenção ao bebê. Por isso algumas mulheres não se envolvem sexualmente com seus maridos.


Elas precisam aprender a equilibrar o papel de mãe com o papel de esposa e amante. Neste caso é fundamental a parceria com o marido.


Meu marido não entende


Uma das principais queixas das mulheres é sim o marido. A de que ele não entende ou não ajuda.


Vamos a alguns pontos:


1) Marido não tem de ajudar, ele tem de participar, pois é o pai

E qual seria a participação neste primeiro momento, já que ele não pariu e nem amamenta? Facilitar a vida desta mulher puérpera.


Video: Pai que Ajuda (qual o papel do pai hoje?)


2) O marido não precisa mais de sexo que você porque ele é homem


Isto é um mito. Homens e mulheres precisam e gostam de sexo de acordo com a educação sexual que receberam e o desejo que mantém.


Não é biológico. Não é questão de gênero. Respeito e comunicação são fundamentais em qualquer relação.


3) Marido, você quer sexo? Ou mais sexo? Reconquiste a sua mulher

Ela foi lá no limbo para poder realizar um projeto de vocês, formar uma família, então ajude ela a retomar o papel de mulher, de retomar a vida sexual.


Como?


Seja atencioso e agradável fora da cama, pergunte o que ela precisa naquele dia (sim, cada dia é um dia após a maternidade) e a seduza.


Ter pressa e não a estimular de forma adequada tornará mais difícil o retorno sexual de vocês.


Uma sugestão para vocês se reaproximarem


Se você perdeu a intimidade e não sabe como se reaproximar do seu marido ou da sua esposa, aproveite as datas comemorativas.


Sim, uma boa desculpa para um recomeço.


Além das datas do casal, como aniversário e casamento, vocês podem aproveitar ainda o Dia do Beijo (13 de abril), do Sexo (6 de setembro), do Orgasmo (31 de julho), por exemplo.


Marque um encontro, como no namoro. Arrume-se! Perfume-se! Seduza!


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