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  • Foto do escritorCarolina Freitas

Notas sobre a Sexualidade na Velhice

A atividade sexual tem vida útil? O sexo acaba na velhice? O envelhecimento pode ser ativo, não precisa estar associado a perdas de autonomia e desejos, por exemplo. A função sexual passa por mudanças sim, mas cuidados com a saúde física, mental e sexual te ajudam a manter a vida sexual ativa e prazerosa.



Vou deixar aqui algumas sugestões sobre o tema e também um texto que escrevi sobre um filme que aborda a sexualidade na velhice e o casamento.



O tema Sexualidade na Maturidade era (ou ainda é?) um tabu. É como se os maiores de 60 anos não tivessem vida sexual ativa e saudável. Mas não, a sexualidade só tem seu fim com a morte.

Prefiro usar o termo Sexualidade na Maturidade, pois 'melhor idade' é sempre a que estamos vivendo no momento, 'terceira idade' – a numeração não corresponde ao ciclo da vida (infância, adolescência, juventude, adulto, velhice), e 'idoso' na nossa sociedade é quase a morte! Então, opto pela Sexualidade na Maturidade. É uma fase da vida na qual acontecem mudanças biológicas inevitáveis Porém, a sexualidade está para além do sexo, é também afetividade, cumplicidade e relacionamentos. Assim, as mudanças biológicas associadas à idade podem interferir na forma (a flexibilidade muda) e no tempo (maior o tempo de resposta dos corpos), mas não no prazer e nem na qualidade. Aliás, dizem as “boas línguas” que com a experiência e maior disponibilidade de tempo fica melhor! Agora, tudo isso vai depender de como cada um(a) lida com a velhice.

Porém, “Um divã para dois” retrata também o casamento, suas alegrias e tristezas. Independente da idade. Muitos dos meus pacientes (ou clientes, se preferir) trouxeram o filme para a terapia. Falaram sobre situações do filme, como, por exemplo, de que forma o casal do filme chegou àquele distanciamento. E, sobre situações reais: como os casamentos deles mesmos chegaram àquele distanciamento. O interessante é que a fala é de casais na faixa dos 20 e 30 anos de idade. Logo, o cuidado com o relacionamento é importante em todas as formas e momentos.

Geralmente usamos o filme como recurso na terapia. Indicamos filmes para ajudar a pensar sobre. Mas, “Um divã para dois” desperta por si só identificações ao trazer as questões delicadas e doloridas na vida de um casal. No caso do filme, um casal com 31 anos de casamento.


Outro ponto importante que o filme aborda é a comunicação. Não há nada mais estimulante que um bom diálogo e intimidade. Acompanhamos essa trajetória da comunicação na relação de Kay e Arnold.

A afirmativa “casamentos não mudam” é um mito. A não ser que um dos dois ou os dois não queiram. Kay e Arnold seguem nessa busca, a busca pelo reencontro, uma reconstrução diária. A felicidade é feita de momentos e uma forma de construi-la é através dos momentos de crise.

Então, como disse Dr. Feld (Steve Carell), o terapeuta: “Até mesmo ótimos casamentos têm anos péssimos. Tão péssimos que se fica tentado a desistir. Mas não desista!"

E, como se abordou no filme “Um divã para dois”, nós (me incluo aqui), terapeutas de casais, somos procurados por duas razões: Ajudar na separação ou ajudar no reencontro. E, é fato: alguns casais não deveriam estar juntos. A idealização do casamento é um fator que contribui para o seu fim. O que seria um casamento de verdade?

E você, fez tudo o que podia por você e pela relação ou está esperando pelo outro?

O que Kay (Meryl Streep) busca com o tratamento intensivo é uma mudança. Mudança de comportamento do marido. E lá percebe que também tem de fazer mudanças. Também parou de cuidar. A terapia de casal é isso, não buscar um culpado pela situação, mas sim, como o casal contribuiu para chegar neste ponto, para então, mudar. Mudança de atitude é o que buscamos na terapia. E muitas vezes o confronto é inevitável.

Já Arnold (Tommy Lee Jones) acreditava que vida de casado é “assim mesmo”. Não é! A vida de casado deve ser como vocês (casais) querem que ela seja. Cada um deve fazer as suas escolhas, cuidar do seu bem estar e prestar atenção aos seus gostos e vontades e de quem está ao seu lado. Lembre-se do comando no avião – em caso de emergência, ao caírem as máscaras, coloque a sua primeiro e depois ajude quem está a seu lado. Logo, esteja bem para cuidar da relação.


Fonte:


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Carol Indica

Filme:


Sinopse: Harry Sanborn (Jack Nicholson) é um executivo que trabalha no ramo da música e que namora Marin (Amanda Peet), que tem idade para ser sua filha. Harry e Marin decidem ir até a casa de praia da mãe dela, Erica (Diane Keaton), para visitá-la. Lá Harry sofre uma parada cardíaca, ficando sob os cuidados de Erica e de Julian (Keanu Reeves), um jovem médico local. Aos poucos Harry percebe que está se interessando cada vez mais por Erica, mas tenta esconder seus sentimentos. Julian também sente atração por ela, tornando-se um rival de Harry.



Livro:





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